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Agradecimentos Gostaríamos de agradecer imensamente a competente jornalista Letícia Teston, que nos ajudou nas pesquisas, edição e homogeneização das diferentes formas de escrever dos autores. Na prática, a Letícia é uma quarta autora ou, no jargão dos escritores, uma ghost writer, que com este agradecimento aparece. A Lê sempre nos brindou com sua alegria de viver e seu impecável bom humor e vai brindar o leitor com sua forma elegante de escrever. Sem ela, certamente o leitor iria sofrer muito mais para entender nossas ideias. Um especial agradecimento a Hanne Gianciani pela elaboração da capa, a Vitor Hugo Malschitzky pelas ilustrações, Ao editor Nelson Rolim de Moura da Editora Insular e a toda sua equipe. Também agradecemos a Emília Chagas que constantemente nos ajudou com a leitura e crítica dos originais. Devemos muito ao Itaú e em especial a equipe do programa “Uso Consciente do Dinheiro” formada por Maria Eugenia Sosa Taborda (a Marô), Ana Lygia Monteferrario Leite, Paula Baggi
Prefácio Faço muitos eventos sobre educação financeira pelo Brasil. Falo sobre cenário macroeconômico, minha especialidade, enquanto o planejamento financeiro fica a cargo de um especialista na área – como Martin Iglesias, um dos autores deste livro, com quem tive o prazer de dividir o palco em muitas oportunidades. Certa noite, no Rio de Janeiro, uma senhora pediu a palavra durante a seção de perguntas e respostas. Mais do que uma pergunta, ela fez um desabafo. “Tenho quase 70 anos, meu marido (um senhor sentado ao seu lado) passa dos 85. Paramos de trabalhar faz alguns anos. Imaginávamos que, com juros de 20% ao ano (taxa que vigorava na época em que nos aposentamos), poderíamos viver da renda do que tínhamos poupado até então. Os juros baixaram, o dinheiro está acabando, nem eu nem meu marido temos condições de voltar a trabalhar. O que vocês nos aconselham?” Boa pergunta. Foi difícil de responder. Apresentamos alguns dados, contamos algumas histórias e, ao fim, dissemos a única coi
Introdução Manter o corpo e a mente saudáveis, cultivar bons relacionamentos, ter uma vida social ativa e ainda ter dinheiro suficiente para bancar todos os seus sonhos. Parece um desafio e tanto! No entanto, não há como viver uma vida plena sem buscar o equilíbrio de todos esses fatores, que denominamos de capitais. A revolução da longevidade e o tempo a mais que temos de vida tornaram esse balanço ainda mais importante. Se antes o limite era a terceira idade (dos 61 aos 80 anos), hoje já se fala em quarta (81 a 100 anos) e até mesmo em quinta idade (além dos 100). Mas quem são as pessoas que irão passar dos 100 esbanjando saúde, com a vida social plena, contribuindo intelectualmente e com conforto financeiro? Criamos o conceito dos quatro capitais (que será detalhado mais adiante) para servir como um guia nessa longa e desafiadora trajetória. Nossa pretensão não é dar as respostas, mas fornecer os elementos para que você possa formular melhor suas próprias perguntas e buscar por si a
Sumário Capítulo I Os segredos do equilíbrio dos quatro capitais: físico, social, intelectual e financeiro A descoberta dos quatro capitais Nosso cérebro nos prega peças A receita da felicidade Descontos exponencial e hiperbólico Você está se preparando para revolução da longevidade? Capítulo II Capital físico Como mensurar seu capital físico Seu cérebro nunca quer emagrecer Influências externas A importância do exercício físico Culto exagerado à beleza O paradigma da melhor Capítulo III Capital social As arenas estratégicas do capital social Ser humano: um animal social Felicidade é uma questão de ponto de vista A felicidade e a anatomia cerebral Falta de paciência pode significar que você não ama o que faz Como a Internet mudou o convívio social Quanto tempo você dedica ao convívio social? Capítulo IV Capital intelectual O maior segredo do capital intelectual Como lidar com as novas formas de conhecimento Seu cérebro depois da internet Como o cérebro reage ao excesso de informação e
Capítulo I Os segredos do equilíbrio dos quatro capitais: físico, social, intelectual e financeiro.
A descoberta dos quatro capitais “Viver é como andar de bicicleta: é preciso estar em constante movimento para manter o equilíbrio.” Albert Einstein
Todos nós precisamos ter muito talento para encontrar o equilíbrio na correria do dia a dia. Somos como o artista de circo que equilibra quatro pratos giratórios, cada um sustentado por uma varinha. Em determinado momento, um prato ameaça a cair e é necessário aplicar uma força para fazê-lo girar mais rapidamente. Em seguida outro prato perde força e é assim que o artista mantém seus pratos equilibrados. Alternar o foco de atenção entre os pratos é normal. O problema é quando um deles cai no chão. Essa é a hora de o equilibrista parar, pensar o que deu errado e recomeçar. O mesmo ocorre em nossas vidas. Sabemos da importância de cuidar do nosso corpo e da nossa mente, de manter uma relação saudável com amigos, colegas e familiares e de ter uma reserva financeira para mantermos uma vida confortável de acordo com critérios estabelecidos por nós mesmos. Mas por que é tão difícil equilibrar tudo isso? Utilizamos a analogia da quádriga para mostrar como o equilíbrio dos quatro capitais é um
Nosso cérebro nos prega peças “Todo dia ela faz tudo sempre igual: Me sacode às seis horas da manhã, Me sorri um sorriso pontual E me beija com a boca de hortelã. Todo dia ela diz que é pra eu me cuidar E essas coisas que diz toda mulher. Diz que está me esperando pro jantar E me beija com a boca de café. Todo dia eu só penso em poder parar; Meio dia eu só penso em dizer não, Depois penso na vida pra levar E me calo com a boca de feijão...” Cotidiano – Chico Buarque
Todo dia ele faz tudo sempre igual: com a cara amassada no travesseiro e aquela preguiça que parece pesar meia tonelada, resmunga para o celular que acaba de despertar e aperta o “soneca” sem pensar duas vezes. Repete o ritual dez minutos depois. Meia hora mais tarde, não tem mais jeito: Adriano precisa levantar contra toda sua vontade. Arrastando os chinelos, ele vai escovar os dentes. Quando encontra seu olhar de sonâmbulo no espelho, pensa: eu odeio acordar cedo! Mas ele, assim como tanta gente, levanta todo santo dia e vai trabalhar porque tem uma parte do cérebro que pensa na vida pra levar. O que Adriano talvez não saiba é que existe uma explicação biológica para esse eterno confronto entre o que desejamos e o que precisamos fazer: é o nosso cérebro brigando com ele mesmo. Nós todos temos quatro estruturas que se enfrentam sempre que precisamos decidir alguma coisa, mesmo as mais simples, como a hora de levantar da cama. A parte responsável pelos planos futuros, por exemplo, não
A receita da felicidade “Sofremos muito com o pouco que nos falta e gozamos pouco o muito que temos.” William Shakespeare
Já vimos que cada parte do nosso cérebro busca algo diferente. O jacaré quer ter prazer, o tigre quer amar e ser amado, o macaco quer sentir que ajuda o grupo e o homem quer que sua vida vá além do seu tempo: ele quer transcender sua existência. Para isso a receita da felicidade é ter prazer, amar e sentir-se amado, acreditar que sua vida contribui para a sociedade e que nossa existência transcende o nosso corpo físico. Assim seremos felizes. Colocando dessa forma parece muito simples. Não precisaríamos mais trabalhar caso tivéssemos a receita da felicidade eterna, bastava escrever um livro contando nosso segredo e estaríamos ricos. Se for essa sua expectativa, caro leitor, lamentamos informar que nosso cérebro é tão complexo quanto nossa vida. Como vimos anteriormente, travamos uma luta diária entre aquilo que precisamos e aquilo que desejamos fazer. No entanto podemos definir uma receita para a felicidade de acordo com nossas necessidades. A figura abaixo representa os quatro grandes
Descontos exponencial e hiperbólico “Você pensa com o coração e ama com o cérebro.” Cazuza
Uma premissa econômica básica pode explicar porque é tão difícil equilibrarmos os quatro capitais: sempre preferimos uma gratificação instantânea a uma gratificação postergada. Por isso é tão complicado esperar, poupar ou deixar de comer algo de que gostamos para não fugir do regime. Nosso cérebro foi moldado para viver em um ambiente ancestral, o que explica nossa impulsividade, principalmente quando somos jovens. Deixar de fazer algo que nos dá prazer, como sair com os amigos ou ir a uma festa, para cumprir prazos da faculdade ou do trabalho não é algo que o cérebro reptiliano aceite sem reclamar. Para que alguém aceite esperar, precisamos oferecer vantagens. Um teste bastante simples pode evidenciar essa tendência do ser humano: entre uma viagem a Paris na próxima semana e outra daqui a quatro anos, qual você prefere? Se não tiver nenhuma limitação pessoal que o impeça, é natural que escolha a primeira opção. Agora, vamos mudar as variáveis: a viagem imediata será realizada em class
Você está se preparando para a revolução da longevidade? “Viver é a coisa mais rara do mundo. A maioria das pessoas apenas existe.” Oscar Wilde
“O mundo sofre de infantilismo. Em parte, a culpa é da publicidade. Para ela, o homem ideal é um jovem ou quem sabe uma criança de peito. Em troca, se envergonha dos velhos que, em outras épocas, simbolizavam experiência e sabedoria”. A passagem do livro “A insustentável leveza do ser”, do escritor tcheco Milan Kundera, relata o preconceito de uma sociedade que associa a velhice a um aspecto ocioso. A obra foi um sucesso literário na década de 1980, mas se analisarmos essa frase, tirada do seu contexto, sob o viés contemporâneo, ela parece quase não ter sentido. Preconceito ainda existe, sem dúvida. Mas a postura dos idosos diante da sociedade mudou. Eles não vivem mais isolados do mundo, esperando a morte chegar. Ao contrário, são capazes de pertencer à comunidade de maneira atuante. Fazemos parte de uma verdadeira revolução pela qual nossa sociedade está passando: a revolução da longevidade. Vivemos, em média, 34 anos a mais do que nossos avós. Esse aumento no número de anos dentro d
Capítulo II Capital Físico
Como mensurar seu capital físico “A vida é muito curta para ser pequena.” Benjamin Disraeli
Quantas refeições faço diariamente e quanto tempo reservo para cada uma delas? Com que frequência como frutas e verduras? Costumo descontar meu nervosismo na comida? Durmo quantas horas por dia? Essas são apenas algumas dentre as inúmeras perguntas que medem nosso capital físico. E não é pensando apenas em uma vida longa que devemos estar atentos a essas e outras tantas questões. Mais importante do que os anos que ainda temos pela frente, é a qualidade desse tempo. Os cuidados que temos com o corpo refletem quão agradável e prazerosa será nossa vida ao longo dos anos, por isso o bem-estar pessoal está diretamente relacionado ao nosso estado de felicidade. Estresse crônico, dieta desequilibrada, sedentarismo, uso abusivo de álcool e tabagismo são os principais fatores relacionados à baixa qualidade de vida. Recentemente, o governo do Canadá iniciou uma campanha com o objetivo de melhorar os elevados índices de doenças crônicas entre a população. A iniciativa surgiu depois da divulgação
Seu cérebro nunca quer emagrecer “O que é verdadeiramente imoral é ter desistido de si mesmo.” Clarice Lispector
Como vimos no primeiro capítulo, nós temos a quem culpar por não cuidarmos da saúde como deveríamos. Nosso cérebro reptiliano está o tempo todo em busca de conforto e não vai fazer o menor esforço para sair da frente da televisão e praticar alguma atividade física. A culpa também é dele quando pulamos o buffet de salada e recheamos o prato de carboidratos. Não resistiu à sobremesa de chocolate depois do almoço? Pode culpá-lo por isso. Não há uma estatística oficial, mas nos arriscamos a dizer que entre as resoluções de Ano Novo de grande parte da população, um item está sempre presente: emagrecer. E assim como tantas outras pessoas, todo janeiro Alessandra Guedes Milanez, de 37 anos, estabelece a meta pessoal de perder os quilogramas a mais que acumula desde os 22 anos. “E assim sempre estou mais gorda no dia 31 de dezembro do que estava no dia 1º de janeiro do mesmo ano”, revela Milanez. Apesar das inúmeras tentativas e de ter obtido sucesso durante alguns períodos, a jornalista ganho
Influências externas “Não vemos as coisas como são, vemos as coisas como somos.” Anaïs Nin
Fatores socioculturais são determinantes no estilo de vida que adotamos e isso vai desde a educação que recebemos em casa até a influência social absorvida quase que por inércia. “Sem açúcar não se compreende o homem do Nordeste”, definiu o sociólogo Gilberto Freyre no livro “Açúcar: em torno da etnografia, da história, e da sociologia do doce no Nordeste canavieiro do Brasil”. Na obra, publicada em 1939, o autor faz referência à “sociologia do doce” e a toda a influência subjetiva no sentido de adoçar maneiras, gestos e palavras dos que foram criados na região. Quando Nara Leão pediu a Chico Buarque que fizesse uma música sobre a agonia da mulher a espera do marido, que sempre tem uma desculpa na ponta da língua para justificar os atrasos, o compositor não hesitou em relacionar as donas de casa da época às sobremesas caseiras tão comuns nos lares brasileiros da década de 1960: “com açúcar, com afeto, fiz seu doce predileto pra você parar em casa”, cantava a musa da Bossa Nova. O que v
A importância do exercício físico “Se alguém procura a saúde, pergunta-lhe primeiro se está disposto a evitar no futuro as causas da doença, em caso contrário, abstém-te de o ajudar.” Sócrates
Em um recente campeonato de fisiculturismo, na Inglaterra, Charles Eugster realizou 57 paralelas, 50 flexões e 48 abdominais. Cada uma das modalidades em 45 segundos. Muitos adolescentes perdem o fôlego só de imaginar a rotina de treinos necessária para encarar um desafio dessa magnitude. E um detalhe dessa história pode deixar muita gente de queixo caído: o inglês completou a prova aos 93 anos. Eugster foi destaque no site de notícias BBC Brasil e afirmou que qualquer um pode fazer o mesmo, “mas obviamente é como trocar o carro velho por um novo. Se você cuidou de seu carro, o veículo novo não vai custar tão caro, mas se você negligenciou o antigo, o preço vai ser maior”. Nosso corpo começa a sentir a ação do tempo de forma mais contundente a partir dos 30 anos. Nessa fase, o metabolismo não está mais acelerado como na juventude e a cada quilograma a mais que ganhamos, percebemos que é preciso um esforço maior para se livrar dele. Foi com essa idade que Eugster notou que começou a eng
Culto exagerado à beleza “Dizes que a beleza não é nada? Imagina um hipopótamo com alma de anjo... Sim, ele poderá convencer os outros de sua angelitude – mas que trabalheira!” Mário Quintana
Dizer que os seres humanos sentem-se atraídos por pessoas bonitas soa tão óbvio que parece prolixo. Definir o que é belo sem cair no clichê de dizer que é algo relativo e que depende de cada pessoa, no entanto, mobiliza filósofos e cientistas ao longo dos séculos. Da Metafísica do Belo de Schopenhauer ao paradoxo de Kant e Platão, entender porque gostamos mais de uma coisa do que de outra é mais complicado do que interpretar um exame neurológico. A teoria evolucionista de Charles Darwin, bem como características culturais, são as principais explicações para termos estabelecido determinados padrões de beleza ao longo dos anos. Estamos evoluindo ou apenas nos transformando? Difícil dizer. O fato é que a definição do que é ou não belo passa por constantes mudanças, tanto no que diz respeito ao corpo humano quanto em relação às artes e à literatura. De escritores a pintores, não faltam exemplos de artistas, hoje consagrados, que morreram sem ter seu trabalho reconhecido. As catedrais gótic
O paradigma da melhor idade “Vamos pedir piedade, Senhor piedade, pra essa gente careta e covarde. Vamos pedir piedade, Senhor piedade, lhes dê grandeza e um pouco de coragem.” Cazuza
Não por acaso os jovens são o principal alvo do mercado publicitário. Por estarem posicionados no topo da pirâmide de influência na sociedade, eles criam tendências e influenciam diretamente hábitos de consumo. Fica mais fácil entender esse fenômeno se retomarmos alguns momentos históricos e aludirmos ao conceito de moda. A origem da palavra vem de um conceito matemático que define moda como um evento observado com maior frequência, que mais se repete. A cada estação vemos pessoas usarem determinado modelo de calça, algumas cores são vistas com mais regularidade do que outras. Nosso desejo de comprar roupas novas, sem muitas vezes precisar, em parte é explicado pela necessidade de sentirmos que fazemos parte do ambiente no qual nos encontramos. De uma forma ou de outra, porque vivemos em sociedade, sempre estamos na moda. No momento em que os jovens passaram a ser maioria, começaram a inspirar um estilo de vida que, ao que parece, grande parte das pessoas deseja seguir. “Todos queremos
Capítulo III Capital social
As arenas estratégicas do capital social “A vida é a arte do encontro, embora haja tanto desencontro pela vida.” Vinicius de Moraes
A capacidade de interagirmos de forma saudável com aqueles que conosco convivem é o que mede quão bem sucedidos somos em administrar nosso capital social. Saber viver em sociedade e construir laços fortes de amizade, tanto na vida pessoal quanto no trabalho, e ainda estar presente e atento ao convívio familiar pode não ser uma tarefa fácil. Mas não temos como fugir da responsabilidade de administrar as inúmeras esferas do capital social. A importância em manter bons relacionamentos perpassa todos os aspectos da nossa vida. Ao longo dos anos, cultivamos múltiplos status e gerir cada um deles exige que façamos verdadeiros malabarismos. Profissionais com aptidão em cultivar amizades, dentro e fora do ambiente de trabalho, têm sido constantemente valorizados pelas empresas ao mesmo tempo em que os workaholics, outrora heróis de uma geração, hoje representam um estilo de vida insustentável. Focar o capital social em apenas uma esfera e deixar outros aspectos de lado para galgar posições den
Ser humano: um animal social “A felicidade só é real quando compartilhada.” Do livro Na natureza selvagem
Acabamos de ver que saber viver em sociedade é um dos pilares da nossa felicidade. Aristóteles definiu, há mais de 2.300 anos, o homem como um “animal social” e a partir dessa definição justificou o surgimento de todas as formas de associações existentes, desde o núcleo familiar até a formação dos Estados. O ser humano está sempre buscando novas formas de interagir com o ambiente onde vive. Por isso seguimos tendências e copiamos o comportamento daqueles que nos cercam. É dessa forma que nos avaliamos socialmente: através da comparação – atitude que está relacionada a um sentimento intrínseco dos homens: o de pertencimento. Estudos demonstram que a troca de experiências, que acontecem na família ou através de trabalhos em grupo, por exemplo, estimulam centros de recompensa do nosso cérebro. As pessoas são mais felizes quando estão ativas, praticando algum esporte, focadas no que amam, aprendendo algo novo, fazendo sexo. Nossa natureza também corrobora com esse comportamento: o ser huma
Felicidade é uma questão de ponto de vista “É preciso relativizar tudo e não dramatizar nada; é mais conforme à natureza rir da vida do que chorá-la.” Sêneca
A felicidade ou a falta dela e as consequências disso para o corpo e a mente são tema de inúmeras pesquisas. O psicólogo norte-americano Ed Diener passou mais de 25 anos estudando até que ponto as emoções afetam nossa saúde física. O que suas pesquisas revelaram a sabedoria popular já defendia: pessoas felizes têm menos chances de adoecer. Depois de analisar 160 estudos para descobrir até que ponto o bem-estar gera saúde e longevidade, Dier concluiu que pessoas otimistas têm menos chances de desenvolver doenças, principalmente as cardiovasculares. Em seu estudo Happy People Live Longer: Subjective Well-Being, (Pessoas Felizes Vivem Mais: Bem-estar Subjetivo), o pesquisador explica que o que diferencia uma pessoa triste de outra que se considera alegre é a forma como elas avaliam algo em suas vidas, positiva ou negativamente. Essa análise que cada um faz das relações cotidianas vai gerar o que o que ele denominou de “humores positivos”. Entre eles estão a alegria, o vigor, a sociabilida
A felicidade e a anatomia cerebral “Se nosso cérebro fosse tão simples a ponto de entendê-lo, seríamos tão tolos que continuríamos sem entendê-lo.” Jostein Gaarder
A massa do cérebro humano quase triplicou em dois milhões de anos. Pode não parecer, mas em termos evolutivos esse é um período curto para uma transformação tão significativa. O psicólogo e professor de Harvard Daniel Gilbert defende que há uma razão evolutiva para esse aumento. O cérebro ganhou novas estruturas e uma das maiores razões para ele ter ficado tão grande é o desenvolvimento de uma área chamada lobo frontal, em particular da parte denominada córtex pré-frontal. Gilbert ganhou notoriade com seus experimentos sobre a relação da felicidade e a anatomia cerebral. Seus estudos revelaram que uma função bastante importante do córtex pré-frontal é simular experiências antes de colocá-las em prática. É algo semelhante ao que os pilotos fazem nos simuladores de voos. Um truque que, segundo ele, justifica toda a remodelagem do crânio humano em um breve momento histórico. Nenhum outro ancestral, tampouco outro animal, é capaz de executá-lo. Mas nossa máquina não é de todo perfeita. Div
Falta de paciência pode significar que você não ama o que faz “...Você deve encontrar o que você ama. Isso é tão verdadeiro para o seu trabalho como é para os seus amantes. Seu trabalho vai preencher boa parte da sua vida e a única maneira de ser verdadeiramente satisfeito é fazer o que acredita ser um ótimo trabalho. E a única maneira de fazer um ótimo trabalho é amar o que você faz. Se você não encontrou isso ainda, continue procurando. Não desista. Como tudo que importa ao coração, você vai saber quando tiver encontrado. E como todo bom relacionamento, ele vai ficar cada vez melhor com o passar do tempo. Então, continue procurando. Não desista...” Steve Jobs
O trecho anterior foi retirado do discurso de formatura que Steve Jobs fez a estudantes da Universidade de Stanford em 2005. O vídeo foi compartilhado por milhares de pessoas na internet. Afinal, quem nunca pensou como estaria caso tivesse escolhido outra profissão? Essa decisão talvez seja uma das mais desafiadoras ou, ao menos, motivo de estresse na vida de uma parcela significativa de trabalhadores que está insatisfeita com a carreira. Não é raro ouvirmos histórias de profissionais com carreiras consolidadas, que possuem cargos de chefia em grandes corporações e decidem abandonar tudo para seguir o velho sonho de ser cozinheiro, músico, fotógrafo. Os motivos que levam as pessoas a mudarem radicalmente de vida são os mais variados. Depois de décadas atuando na mesma área, muitos sentem que simplesmente alcançaram tudo o que podiam e que não é possível conquistar novos objetivos a não ser que comecem algo do zero. Pessoas movidas por desafios tendem a esse perfil. Outros tantos sabem
Como a Internet mudou o convívio social “Só depois que a tecnologia inventou o telefone, o telégrafo, a televisão, a internet, foi que se descobriu que o problema de comunicação mais sério era o de perto.” Millôr Fernandes
Uma viagem, a formatura do filho, uma mudança de emprego. Quase tudo que acontece na vida de nossos amigos sabemos através da internet. Parece um tanto quanto injusto aceitar que o convívio com pessoas de quem gostamos muito esteja limitado a recados virtuais. A tecnologia pode ter encurtado distâncias, mas também deixou os abraços mais apertados de saudade. Nos tempos da falta de tempo até gastar alguns minutos com um telefonema parece tempo demais. Longe de parecermos saudosistas, o mundo hoje faz de tudo para dificultar o contato pessoal. A tecnologia reduziu os custos para as empresas que não precisam fazer reuniões presencias com a mesma frequência, um conference call resolve o problema. Também facilitou a divulgação de produtos, gerando economia com gastos de publicidade, marketing e pesquisa. Mas a sensação de distanciamento, por mais amigos que tenhamos, é inevitável se não soubermos cultivar alguns laços. E estar presente é fundamental. Tanto para a família como para nossos am
Quanto tempo você dedica ao convívio social? “Cada ecolha uma renúncia.” Ditado Popular
É comum que, na correria que marca nossos passos diários, encontremos pessoas que digam quase com orgulho que estão trabalhando demais e não têm tempo para nada. Trabalhar demais virou sinônimo de status elevado, de sucesso financeiro. Virou motivo pra fugir da vida também. Não vemos os amigos, mas trabalhamos muito. Não temos tempo para cuidar do corpo, mas trabalhamos muito. Adiamos mais uma vez aquela tão sonhada viagem, mas trabalhamos muito. Se a balança das nossas prioridades está pendendo para apenas um dos lados, algo está errado. E geralmente é o lado profissional que nos desequilibra. Seríamos nós os culpados? Toda uma cultura construída ao longo de décadas transformou nossas percepções a ponto de elegermos nossas prioridades de maneira bastante questionável. E na maioria das vezes nos damos conta que não reconhecemos aquilo que realmente importa depois de anos repetindo os mesmos erros. A razão é bastante simples. É fácil apontar as carências na vida do outro, difícil é baix
Capítulo IV Capital intelectual
O maior segredo do capital intelectual “De manhã escureço De dia tardo De noite ardo A oeste a morte Contra quem vivo Do sul cativo O este é meu norte Outros que contem Passo por passo Eu morro ontem Nasço amanhã Ando onde há espaço Meu tempo é quando” Poética – Vinicius de Moraes
A capacidade de adaptação é o aspecto mais importante do capital intelectual. Quando interagimos de forma positiva com as mudanças sociais, seja no âmbito profissional, seja no pessoal, as chances de sermos bem sucedidos são maiores. Vinicius de Moraes costumava dizer que o tempo não é capaz de nos esperar e que cabia aos outros a responsabilidade de se preocupar com a sucessão de dias e a ele, o ato de renovar-se constantemente. Há poucas coisas tão cansativas quanto conviver com saudosistas que passam os dias reclamando de como “no tempo deles” tudo era melhor. Transformações sociais e tecnológicas sempre vão ocorrer e aqueles que não se adaptam, sofrem as consequências. Não existe perfeição, nem no comportamento humano, nem no mundo. Precisamos nos adequar, “andar onde há espaço”. Adaptação exige um esforço da nossa parte para que consigamos acompanhar nosso tempo. É o que nos permite conviver com pessoas das mais diferentes gerações e culturas. A construção de uma carreira sólida e
Como lidar com as novas formas de conhecimento “A vida representa 10% do que acontece comigo e 90% da forma como reajo a ela.” John Maxwell
A velocidade e a intensidade com que nos comunicamos e trocamos informações atualmente nos deixa com a constante sensação de que estamos perdendo algo. É difícil se desligar quando tudo está ao alcance de nossas mãos. Agimos, pensamos, escrevemos, lemos, educamos de forma diferente depois que a internet passou a ser um item indispensável em nossas vidas. Uma mudança significativa que ocorreu num período muito curto historicamente – cerca de duas décadas. Como a maioria das inovações tecnológicas tanto a internet quanto o computador surgiram em períodos de conflitos em que nações disputavam a hegemonia política e econômica. O primeiro computador surgiu em 1943, fruto de estudos realizados durante a II Guerra Mundial. O equipamento pesava cerca de 30 toneladas, tinha mais de cinco metros de altura e 25 de comprimento. A internet, por sua vez, surgiu na década de 1960, no período marcado pela Guerra Fria. A popularização dos meios de comunicação a partir de 1993 e as consequências do proc
Seu cérebro depois da internet “Meus filhos terão computadores sim, mas antes terão livros.” Bill Gates
Menos de uma década separa a eleição do Papa Bento XVI do conclave que escolheu o argentino Jorge Mario Bergoglio, agora Papa Francisco, como novo representante da igreja católica. Uma foto divulgada pela NBC News, compartilhada nas redes sociais, mostra como a tecnologia expandiu e passou a fazer parte do nosso cotidiano. Desde a saúde física e mental à forma como trabalhamos, os efeitos dessa transformação têm sido analisados por escritores e pesquisadores das mais diferentes frentes do conhecimento. As mudanças cognitivas que surgiram em função do turbilhão de informações que recebemos diariamente intriga os pesquisadores. E não é por menos. A cada dois dias, a humanidade gera conhecimento a um número equivalente ao que foi elaborado desde o início da civilização até o ano de 2003. Ainda não se sabe precisamente como o cérebro reage a tantos estímulos. Pesquisas recentes tentam nos dar algumas pistas do que acontece dentro da cabeça de quem passa horas em frente ao computador. Eles
Como o cérebro reage ao excesso de informação e à falta de tempo “Não tenhamos pressa, mas não percamos tempo.” José Saramago
Um ator veterano, ranzinza, que não consegue entender a correria dos dias de hoje. Nem a correria, nem os atrasos, nem a falta de paciência. Muito menos a pouca concentração de uma plateia vulnerável ao menor estímulo externo. Esse é o personagem principal de uma peça escrita por Antônio Fagundes. Usando recursos da metalinguagem, a peça inicia com a encenação de uma peça secundária, dentro dela: MacBeth, de Shakespeare. O personagem principal é um ator veterano (Fagundes), que interpreta o rei escocês. Ele faz algumas tentativas e logo abandona o espetáculo por não suportar as atitudes do público que atende o celular, responde emails e se sente confortável o suficiente para apoiar os pés descalços no palco durante o espetáculo. Todas as situações aconteceram com Antonio Fagundes na vida real e o inspiraram a escrever a comédia “Sete Minutos”. O título se refere ao tempo máximo que as pessoas conseguem permanecer atentas à televisão, por exemplo, segundo pesquisas da época em que a peç
A produtividade do corpo e da mente nas prateleiras das farmácias “Haja hoje para tanto ontem.” Paulo Leminski
Profissionais que só conseguem trabalhar a base de medicamentos que melhoram o desempenho é uma realidade comum nas empresas. Segundo um estudo realizado pela E-Pharma com mais de 500 mil colaboradores e executivos, os brasileiros consomem mais remédios contra a depressão e a ansiedade do que para o tratamento de doenças crônicas, como hipertensão, colesterol ou diabetes. Rivotril e Lexotan estão no topo da lista dos mais consumidos. Estresse, pressão por bons resultados e medo de falhar foram apontados como os principais motivos para os chamados “tarja preta” serem utilizados com tanta frequência. Além de aumentar a eficiência na execução de tarefas que exigem concentração e agilidade, cada pílula é composta por substâncias que realçam a percepção, a memória, a vigilância e o raciocínio. Desenvolvidos para tratar doenças e distúrbios como depressão crônica e síndrome do pânico, os efeitos colaterais no longo prazo ainda não são muito conhecidos. Apesar da venda sem receita médica ser
É possível exercitar o músculo da força de vontade e melhorar o aprendizado “A força de vontade deve ser mais forte do que a sua habilidade.” Muhammad Ali
Os pais são capazes de ensinar os filhos a serem profissionais comprometidos e organizados? Quem não aprendeu a controlar os próprios impulsos desde cedo consegue fazê-lo depois de adulto? Durante décadas cientistas tentaram encontrar evidências no comportamento humano que respondam essas questões. Walter Mischel, da Universidade de Columbia, em Nova Iorque, observou suas filhas adquirirem a capacidade de retardar uma gratificação imediata por volta dos quatro anos. O que, na prática, significou o fim dos escândalos e crises de choro nas lojas de brinquedos e no supermercado. Como não havia estudo na época que relacionasse a educação recebida na infância com a capacidade de autocontrole dos filhos, o psicólogo inventou o teste do marshmallow. O doce era colocado na frente das crianças e aquelas que resistissem à tentação de comê-lo por 15 minutos, ganhariam outro. As reações foram as mais inusitadas possíveis e o resultado, compatível com que Mischel observou no comportamento das filha
Aprendendo através das emoções “Tudo o que sei aprendi da água, do vento, das coisas mais simples.” Pablo Neruda
Aos três anos, Pedro estava na idade de puxar tudo o que via pela frente. E a mãe dele, preocupada com eletrodomésticos que pudessem dar choque, panelas quentes ou qualquer objeto capaz de machucar o filho, passava o dia com olhos atentos. Quando ia trabalhar, recomendava atenção redobrada à babá. Até o dia em que ele esticou os braços mais curtos que o fogão para alcançar o cabo de uma panela cheia d’água. Como o líquido estava frio, a mãe resolveu deixá-lo pegar o objeto tão desejado. Depois do banho que levou, o pequeno olhou pra mãe assustado, com uma expressão que entregava sua culpa. Ele sabia que estava fazendo algo errado. Com ele ainda todo molhado, a mãe aproveitou para explicar o que teria acontecido se a panela estivesse quente. Daquele dia em diante, quando Pedro passava pelo fogão, olhava de canto para as panelas e não ousava levantar um dedinho sequer. Por que todas as advertências que ele recebeu antes não adiantaram? Para a criança alguns conceitos são abstratos. Ela n
Capítulo V Capital Financeiro
O que o dinheiro representa na sua vida? “O cofre do banco contém apenas dinheiro. Frustrar-se-á quem pensar que nele encontrará riqueza.” Carlos Drummond de Andrade
A relação do homem com o dinheiro é um dos maiores paradoxos humanos. Convívio que ficou ainda mais complexo com a explosão do mercado publicitário. No Brasil, esse cenário começou a ser construído em setembro de 1950, ano em que foi ao ar a primeira emissora de TV do País, a TV Tupi de São Paulo. Como meio de comunicação, a televisão se popularizou nas décadas posteriores e com ela, propagandas das mais diversas marcas e produtos. Por aqui, a ascensão do mercado publicitário ocorreu a partir de 1970. Período em que mentes inovadoras foram consagradas e as propagandas brasileiras ganharam o mundo. É dessa época algumas das campanhas mais marcantes assinadas por Washington Olivetto. O publicitário brasileiro viveu o auge da carreira no período em que o mercado consumidor crescia no mundo inteiro. Comerciais vendiam mercadorias como determinantes de um estilo de vida e abusavam de imagens de atores de Hollywood para eternizar suas marcas. A geração que cresceu sob essa influência passou
A grama do vizinho é sempre mais bonita “Quando eu era jovem, pensava que o dinheiro era a coisa mais importante do mundo. Hoje, tenho certeza.” Oscar Wilde
Em 2012, pesquisadores da Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos, analisaram o comportamento de 32 famílias de classe média de Los Angeles. O estudo Life at Home in the Twenty-First Century (A vida no lar do século XXI) revelou os hábitos dos norteamericanos que ganham entre 25 mil e 100 mil dólares por ano. Os hormônios de estresse de todas as mães que participaram do estudo atingiram o pico máximo durante o período em que elas cuidavam dos bens materiais da casa. O dado que mais chama atenção nesse estudo é o grande número de pessoas que têm excesso de supérfluos em casa – itens que raras vezes são usufruídos. 75% das famílias não conseguem estacionar o(s) carro(s) na garagem porque o local está lotado de coisas que elas pouco utilizam. A psicologia por trás da realidade que a pesquisa revela é descrita pelo vocalista do Pearl Jam Eddie Vedder. Na música “Society” (Sociedade), o compositor critica o consumismo norteamericano e nos faz um alerta: “você pensa que deve querer ma
Usar bem o tempo livre virou sinônimo de ascensão social “Dinheiro é um negócio curioso. Quem não tem está louco para ter; quem tem está cheio de problemas por causa dele.” Ayrton Senna
Os economistas do início do século XX consideravam o tempo que as pessoas tinham para dedicar ao lazer e às tarefas que lhes dessem prazer como um indicador importante do seu nível social. Empresários que podiam reservar muitas horas do dia para desfrutar com amigos e familiares pertenciam aos níveis sociais mais elevados. Baseado nesses preceitos, o economista John Maynard Keynes previu que em 2030, a jornada de trabalho será de seis horas diárias. Nos países desenvolvidos, essa média cairá para 15 horas semanais. Não precisamos ser especialistas no mercado de trabalho para saber que essa conjectura não passa de utopia. Keynes levou em conta que o “tempo livre” que, na época, era um indicador de ascensão social e desconsiderou a importância para nós, enquanto seres humanos, em sentir que estamos contribuindo socialmente. Mas se tempo livre não é indicador de ascensão social, o que fazemos com ele é. A maneira como usamos o período em que não dedicamos ao trabalho está diretamente rela
Afinal, dinheiro traz felicidade? “O dinheiro não dá felicidade. Mas paga tudo o que ela gasta.” Millôr Fernandes
No início do livro falamos sobre o comportamento humano referente às partes do nosso cérebro que são ativadas. Vimos porque podemos nos comportar como jacarés, tigres e macacos. A influência que o dinheiro exerce em nossas vidas também depende de qual parte do órgão incitamos. O dinheiro nos ajuda a sentir prazer, por exemplo. Por isso agrada (e muito) o jacaré. Para o tigre, o que importa é o amor. Pode parecer contraditório, mas, apesar de romântico, o tigre gosta muito de dinheiro porque pensa que com ele pode agradar quem ama. Por isso precisamos estar atentos, se ele não for controlado, vai gastar muito dinheiro em busca da felicidade e obter pouco retorno. O macaco quer se sentir importante e ter seu trabalho valorizado pelo grupo. Então, para ele, o dinheiro importa se o seu valor estiver agregado ao seu trabalho. Quando ativamos o neocórtex, no entanto, a influência do dinheiro é bastante limitada, praticamente inexiste. Foi através dos estudos envolvendo essa estrutura cerebra
Armadilhas do consumo insustentável “Muitas pessoas gastam dinheiro que não têm, para comprar coisas que não precisam, para impresionar pessoas que não gostam.” Will Smith
O meio ambiente não irá suportar o nível elevado de consumo baseado no padrão norte-americano. O alerta é do economista Eduardo Giannetti, que também critica a adoção de uma economia de preços e de mercado que desconsidera os recursos ambientais. Ele não é único a associar o danoso hábito do consumismo aos desastres ecológicos. Há quem diga que esse é um dos fatores que tem colaborado para mudanças nos hábitos da população. A crise do sistema financeiro em 2008 foi outro acontecimento significante que abriu o diálogo para a sustentabilidade do planeta frente aos ganhos estratosféricos do setor. Em 2009, institutos dos Estados Unidos ligados à área de energia e desenvolvimento sustentável divulgaram um dado, no mínimo, surpreendente. Precisaríamos de 4,5 planetas Terra caso todos os países tivessem o nível de consumo dos norte-americanos.
Taxa de juros e aposentadoria. Está mais difícil para os brasileiros equilibrarem essa dupla. “Sempre em movimento está o futuro.” Yoda
A impulsividade do ser humano torna-se um enorme problema em um mundo onde vamos viver tanto. Financeiramente, a juventude é uma faca de dois gumes. Ao mesmo tempo em que somos incitados por nossos hormônios a viver tudo intensamente e a aproveitar o momento, é neste período da vida que precisamos fazer escolhas de longo prazo que irão se materializar após anos. Esses paradoxos são apresentados no livro “O Valor do amanhã” do economista Eduardo Giannetti. Costumamos dizer que existem dois erros financeiros que podemos cometer: poupar demais e viver pouco ou poupar pouco e viver muito. Biologicamente, nosso sistema contribui para cometermos o segundo erro. Isso acontece porque o comportamento do nosso cérebro é coerente com a vida dos nossos ancestrais, que viviam muito menos do que hoje e não precisavam se preocupar com uma velhice tão longa. De acordo com os dados (de 2012) da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), vivemos, em média, 79 anos – três décadas a m
1, 3, 6, 9: os números do sucesso financeiro “A simplicidade é o último grau da sofisticação.” Leonardo da Vinci
A preparação para o futuro é sempre um processo complexo e cheio de incertezas. Em primeiro lugar porque as pessoas têm dificuldade de preparar-se para um objetivo que está distante. No nosso dia a dia existem tantas preocupações financeiras e não financeiras que requerem uma ação imediata, que aquelas que não são tão imediatas acabam ficando de lado, mesmo que sejam de total relevância. De certa forma quando alguém quer preparar-se para ter equilíbrio financeiro no futuro acaba deparando-se com muitas dúvidas. Quanto irei gastar no futuro? Quanto será que é preciso acumular? Muitas pessoas nem sequer pensam de forma séria sobre essas questões. Já aquelas que se aventuram a respondê-las começam a esbarrar em questões como: quanto será que eu preciso poupar por mês? Quanto vão render os meus investimentos de hoje até o momento em que precisar utilizar os recursos na minha aposentadoria? As pessoas que tentam abordar essas questões se deparam com tantas dificuldades que parecem navegador
Conclusão Esta pode ser a sua história também “... Vejo no fim do meu duplo caminho que fui o arquiteto do meu próprio destino.” Amado Nervo
Ela frequenta dois cursos na Universidade de São Paulo (USP), mantém dois blogs, duas páginas de relacionamentos na internet e ainda encontra tempo para cuidar da saúde. Tudo isso aos 81 anos. Neuza Guerreiro de Carvalho representa uma nova geração de idosos que não está disposta a ficar em casa vendo o tempo passar. “Às vezes me perguntam por que ainda estudo tanto a essa altura da vida. Minha resposta é sempre a mesma: por puro prazer”. Vovó Neuza, como prefere ser chamada, garante que é na terceira idade – termo que não gosta de usar – que está aproveitando tudo o que aprendeu na vida. Apesar dos problemas de mobilidade urbana, não deixa de aproveitar o que a cidade mais cosmopolita do Brasil tem a oferecer. Sempre que pode, frequenta óperas, concertos, recitais, teatros. O segredo para uma vida feliz é revelado em uma sentença simples: “não desejo o impossível, sou muito feliz com o que tenho”. Admiradora de flores, do por do sol e da chuva e “de um certo perfume que alguém gostava
Posfácio Reflexões sobre a fé Acredito que muitos leitores que chegaram até aqui devem estar se perguntando, e a fé? Essa mesma indagação também foi feita por mim juntamente com os outros dois autores deste livro, Martin Iglesias e Jurandir Sell Macedo. Um livro escrito a três mãos, naturalmente, gerou muitas reuniões e debates sobre cada um dos temas aqui abordados. Cada assunto foi tratado com bastante cuidado, e em especial o deste posfácio. Depois de muitas conversas, entre nós (autores) e outras pessoas, cheguei a algumas conclusões. Não há dúvida de que a fé faz parte da vida de muitos homens e mulheres. Para muitas pessoas, representa a própria razão da existência humana. Por isso, concordamos que ao delimitar a fé a um capital, corríamos o risco de minimizar a importância de um tema cuja relevância está muito além da nossa capacidade de síntese e de retórica. A convicção de que existem fenômenos e situações que ultrapassam a capacidade humana de entender ou de buscar uma explic
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