Notas
Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
117. Embora
savoir
admita plural,
knowledge
não admite, um claro sinal de que as duas palavras não significam a mesma coisa. Pode haver
savoirs
rivais, mas não “
knowledges
” rivais. Mesmo assim, os tradutores frequentemente escrevem como se tivéssemos “saberes” opostos, uma expressão idiomática que já relativiza um conceito que surgiu precisamente para ancorar nosso pensamento em uma realidade independente dele. A questão sobre o que significa
savoir
, portanto, torna-se um problema, não apenas na obra de Foucault, mas também em outros pensadores franceses que empregaram descuidadamente o termo. Ver também Badiou, discutido no capítulo 8. Continuarei a traduzir
savoir
como saber [
knowledge
no original], usando aspas quando necessário.
Capítulo 5
Capítulo 6
208. Já naquela época, em revisões da grande obra de Marx, os marginalistas iniciais indicavam seus defeitos. A suas críticas, acrescentamos as da escola austríaca, especialmente Böhm-Bawerk e von Mises. Parece, por exemplo, que a teoria não consegue responder pela renda de escassez e que depende crucialmente de uma redução das diferenças qualitativas do trabalho a diferenças quantitativas — redução que só poderia ser feita ao se abandonarem os termos da teoria. E, durante os últimos setenta anos, tem sido amplamente aceito que é impossível construir uma teoria de preço (“valor de troca”) que, como a teoria do trabalho, não faça referência à demanda como variável independente. Houve, é claro, aqueles que desejaram defender a teoria. Economistas como Morishima, seguindo a deixa de Piero Sraffa em
Produção de mercadorias por meio de mercadorias
(1960), tentaram ressuscitar alguns dos princípios centrais da política econômica marxista. Novamente, contudo, argumentou-se poderosamente (por Ian Steedman em
Marx after Sraffa
, 1977) que os pontos válidos da economia marxista podem ser usados precisamente para
rejeitar
a teoria do valor-trabalho.