Notas
1. Este texto retoma questões e reflexões que desenvolvemos em outros artigos e intervenções. Em especial, de forma muito ampliada e modificada, o artigo “Aspectos do documentário brasileiro contemporâneo”, publicado no livro Cinema mundial contemporâneo (Campinas, Papirus, 2008), organizado por Mauro Baptista & Fernando Mascarello.
2. C.A. Calil, “A conquista da conquista do mercado”, p.159.
3. J. Salles, “Notícias de um cinema do particular”, Revista Sexta-Feira, v.8, 2006, p.157-8.
4. Em seu texto “Indagações em torno de Eduardo Coutinho e seu diálogo com a tradição moderna”, Ismail Xavier desenvolve, a partir de Edifício Master, considerações agudas sobre a construção do personagem e o empenho pela “reposição do sujeito” no cinema de Coutinho – que valoriza a oralidade para “combater a situação de assimetria na divisão dos poderes” (que a relação diretor-entrevistado dramatiza), na contramão de um uso mais frequente da entrevista no cinema e na TV.
5. J.-C. Bernardet, Cineastas e imagens do povo, p.126-7, 110.
6. O cinema brasileiro moderno. São Paulo, Paz e Terra, 2001.
7. L. Saraiva, “Estamira”.
8. J.-C. Bernardet, op.cit., p.286.
9. Ibid., p.295.
10. L. Saraiva, “Câmera de mão em mão: O prisioneiro da grade de ferro – autorretratos”, p.176. Em sua análise, Leandro Saraiva trabalha muito bem com o que chama de duas “dimensões estruturantes” do filme: “o registro pessoal na filmagem e a síntese coletiva na montagem”. Dentre os registros pessoais realizados pelos presos, ele destaca e analisa a “noite de um detento”, em que Joel e Marcos expressam, a partir do registro de uma noite na cela, sua “condição existencial” naquela situação – e de uma perspectiva que nenhum cineasta poderia realizar.
11. I. Xavier, “Humanizadores do inevitável”, p.12.
12. I. Bentes, “Câmera muy very good pra mim trabalhar”.
13. Citado por Ivana Bentes no texto “Câmera muy very good pra mim trabalhar”.
14. Algumas análises sobre essa produção se encontram nos artigos “Alargando as margens” e “Histórias de luta”, de Cláudia Mesquita.
15. Ver I. Bentes, “Aqui Agora: o cinema do submundo ou o tele-show da realidade”, p.44-8, e E. Hamburguer, “Políticas da representação: ficção e documentário em Ônibus 174”.
16. I. Bentes, “Aqui Agora: o cinema do submundo ou o tele-show da realidade”, p.44.
17. E. Hamburger, op.cit., p.204.
18. J.-L. Comolli, “Sob o risco do real”, p.101.
19. I. Xavier, “O cinema brasileiro dos anos 90”, p.104.
20. J.-C. Bernardet, “Novos rumos do documentário brasileiro?”, p.24-6. Bernardet analisa os dois filmes nesse texto e em “Documentários de busca: 33 e Um passaporte húngaro”.
21. J.-C. Bernardet, “Documentários de busca: 33 e Um passaporte húngaro”, p.148-9.
22. J.G. Couto, Folha de S. Paulo, 28 jun 2007.
23. Uma abordagem mais detida do conceito de dispositivo e de sua presença na produção e no debate sobre o documentário recente no Brasil se encontra no texto “O filme-dispositivo no documentário brasileiro contemporâneo”, de Consuelo Lins.
24. J.-L. Comolli, “Sob o risco do real”, p.99, 111. Ver também Voir et pouvoir.
25. Cao Guimarães, em texto na contracapa do vídeo Rua de mão dupla. Uma discussão mais longa e aprofundada sobre a obra e suas ressonâncias se encontra em “Rua de mão dupla: documentário e arte contemporânea”, de Consuelo Lins.
26. O paulista Carlos Nader, documentarista e videomaker, diretor de Concepção (2001), Carlos Nader (1998), Preto e branco (2004) e Pan-cinema permanente (2007), também trabalha articulando dimensões da arte contemporânea com certas práticas documentais. Andrea França analisa algumas obras de Nader e Lucas Bambozzi em “Documentário brasileiro e artes visuais: passagens e verdades possíveis”.
27. André Brasil tece relações inspiradoras entre Aboio e Andarilho no texto “Quando as palavras cantam, as imagens deliram”. Entre outros aspectos, ele aponta a imbricação entre ambiente natural, experiência e linguagem (de andarilhos e vaqueiros) nos dois filmes.
28. Em Minas Gerais, o grupo de música experimental O Grivo tem tido participação decisiva na captação de som direto e na elaboração dos “ambientes sonoros” dos documentários recentes produzidos no estado (O fim do sem fim, A alma do osso, Aboio, Andarilho, Trecho, entre outros).
29. No texto “DOCTV: uma outra percepção do documentário na TV”, Cléber Eduardo aponta, em documentários como Acidente e Uma encruzilhada aprazível, o que chama de “cultivo de uma percepção”, visado “antes da transmissão de informação sobre qualquer tema, lugar ou contexto”. Ele volta ao tema em “Esquinas cearenses”, que inclui comentário sobre As vilas volantes.
30. Em seu artigo “As artimanhas do fogo, para além do encanto e do mistério”, Ismail Xavier dá conta com grande acuidade das operações realizadas pelo filme e dos desafios propostos ao espectador de Serras da desordem.
31. Entrevista a Silvana Arantes. Folha de S. Paulo, Caderno “Ilustrada”, 3 fev 2007.
32. I. Xavier, “As artimanhas do fogo, para além do encanto e do mistério”, p.18.
33. J.-L. Comolli, Voir et pouvoir, p.418.